A Espada do Poeta
(De Alceu)

Eu coroarei de mirto a minha espada,
Como a de Harmódio, honrada,
E como a de Aristogíton, o forte,
Quando ao sevo tirano deram morte,
E Atenas libertada
Foi à igualdade antiga restaurada.
Tu não morreste. Harmódio, oh não! tu gozas
Nessas ilhas ditosas
Serena vida com os heróis que aí moram,
E onde, cremes, demoram
Diômedes, o valente,
E Aquiles, e veles, eternamente.
De mirto a minha espada
Trarei como Aristogíton coroada,
E come Harmódio oferte
Que à vingança a reserva.
Quando, nos sacrifícios de Minerva,
Ao tirano Hiparco deram morte.
Em prezada memória
Viverá para sempre eternamente,
Harmódio, a tia glória,
E a tua, Aristogíton valente.
Que o tirano mataste,
E à liberta cidade
O usurpado direito restaurastes
Da primeira igualdade.