A Tempestade
Coeco carpitur igni.

Virgílio

I

Sobre um rochedo
Que o mar batia,
Triste gemia
U m desgraçado,
Terno amador.
Já nem lhe caem
Dos olhos lágrimas,
Suspiros férvidos
Apenas contam
Seu triste amor.

II

Ondas, clamava o mísero,
Ondas que assim bramais,
Ouvi meus tristes ais!
Horrível tempestade,
Medonho furacão,
Não é mais agitado
Do que o meu coração,
O vosso despregado,
Horríssono bramar!
Ânsia que atropela
Meu lânguido peito,
É mais violenta
Que o tempo desfeito,
Que a onda encapela,
Que agita a tormenta
No seio do mar.

III

Mas, ah! se o negrume
O sol dissipara
Calmara,
Seu nume
O horror do tufão.
Assim à minha alma
A calma
Daria
De Armia
Um sorriso:
Um raio de esperança
Do paraíso
Traria
A bonança
Ao meu coração.