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Dedicatória More
Ilmo. e Exmo. Sr. António Rodrigues Sampaio ....
Capítulo I More

O herói do conto

Calisto Elói de Silos e Benevides de Barbuda, morgado da Agra de Freimas,
tem hoje quarenta e nove anos, por ter nascido em 1815, na aldeia de
Caçarelhos, termo de Miranda ....
Capítulo II More

Dois candidatos

Desde o qual incidente, o morgado, convicto da podridão dos vereadores em
particular, e da humanidade em geral, prometeu a onze retratos, que tinha de ....
Capítulo III More

O demónio parlamentar descobre o anjo

Fermentou na mente dos principais lavradores e párocos das freguesias do círculo eleitoral a ideia de levar ao Parlamento o morgado da Agra de Freimas ...
Capítulo IV More

Asneiras da erudição

Por fins de Janeiro, chegou Benevides de Barbuda a Lisboa, e alugou casa no bairro de Alfama, por lhe terem dito que, naquela porção de Lisboa antiga, a ...
Capítulo V More

Estrela parlamentar de calisto

Antes de apresentar-se na sala das sessões, Calisto Elói de Barbuda leu o Regimento Interno da Câmara dos Deputados; juntamente com um colega ...
Capítulo VI More

Virtuosas parvoiçadas

A estreia parlamentar de Calisto de Barbuda fez hiperbólico estrondo nos salões da aristocracia legitimista, que abriu suas portas ao esperançoso Berryer de Portugal ...
Capítulo VII More

Figura, vestido, e outras coisas do homem

Assim que os personagens dos romances começam a ganhar a estima ou aversão de quem lê, vem logo ao leitor a vontade de compor a fisionomia do personagem plasticamente. Se o narrador lhe dá o bosquejo, a imaginativa do ...
Capítulo VIII More

Faz rir o parlamento

Andava o ânimo de Calisto Elói martelado pelo desejo de pôr cobro ao luxo
da gente de Lisboa, sendo grande parte neste intento o haverem-lhe os dois ...
Capítulo IX More

O doutor do porto

Dr. Libório de Meireles, sujeito de trinta e dois anos, cara honesta, e posturas contemplativas, reunia os predicados que nos outros países ou passam ...
Capítulo X More

O coração do homem

Entremos no coração de Calisto Elói.
Cuidava o leitor que não tínhamos que entender com aquela entranha do ...
Capítulo XI More

Santas ousadias

Natural coisa é que este sujeito, intangível às carícias do amor, seja severo e intolerante com as fragilidades do coração ...
Capítulo XII More

O anjo custódio

Santa audácia! Bizarra índole de antigo cavaleiro, que abriga no peito a generosidade com que os heróis dos Lobeiras, Cervantes, Barros e Morais se ...
Capítulo XIII More

Regeneração

Ó coração sensível! Ó pecadora Catarina, que vais agora expiar o teu crime na cruz da saudade! Aquele Calisto, julgando que te salvava, matou-te!
Não foi tanto quanto diz a apóstrofe; mas, de feito, Catarina, quando recebeu ...
Capítulo XIV More

Tentação! Amor! Poesia

Eis que, a súbitas, do coração de Calisto ressalta a primeira faísca de amor!
Conheço que este desastre não se devia contar sem grandes prólogos. Sei que o leitor ficou passado com esta notícia. Grita que a inverosimilhança é ...
Capítulo XV More

Ecce Iterum Crispinus ...

Corrido um quarto de hora, fez-se na Câmara o silêncio da subterrânea Pompeia. É que o Dr. Libório ia falar.
— Sr. presidente e senhores deputados da Nação portuguesa! — disse ele ...
Capítulo XVI More

Quantum mutatus ...

À noite, no salão do desembargador Sarmento, soube-se que o morgado da Agra havia de orar no dia seguinte. Entre as pessoas alvoraçadas com a notícia, a mais empenhada em ouvi-la era D. Adelaide. Ao encontro de Calisto Elói saiu ela pedindo-lhe, com requebrada doçura, três entradas na galeria das senhoras, para ela, irmã e pai ...
Capítulo XVII More

In Liborium ...

Estavam cheias as galerias da Câmara.
Entre as mais formosas, extremava-se a filha do desembargador Sarmento ...
Capítulo XVIII More

Vai cair o anjo ...

A respeito do último discurso de Calisto Elói, as gazetas governamentais estamparam que a sala da representação nacional nunca tinha sido testemunha de insolências de tamanha rudeza e tão audaciosa ignorância. Os jornais da ...
Capítulo XIX More

Ó mulheres ...

Seguiram-se horas de insónia. O juízo dava-lhe tratos amaríssimos ao coração.
O homem sentava-se na cama, e remexia-se inquieto como se o escárnio o
estivesse picando de entre a palha do enxergão ...
Capítulo XX More

Proh dolor!...

Adelaide, temerosa de algum imprevisto acidente que a desmerecesse no conceito de Vasco, por causa do morgado da Agra, relatou ao pai o diálogo da antevéspera, e a promessa da poesia para a noite seguinte ...
Capítulo XXI More

Era por uma noite escura e fria de Abril.

O vento esfuziava nas ramalheiras de Campolide.
A lua, a longas intermitências, parecia, wagon dos céus, correr velocíssima entre nuvens pardas, para ir engolfar-se noutras.e ...
Capítulo XXII More

Outro abismo

Esta pungente lancetada não esvurmou o apostema do peito de Calisto de Barbuda. Desde que qualquer sujeito perde o siso do coração, escusado é esperar que a razão lho restaure; em tão boa hora que ele o recupere depois de amargas provas. O homem, porém, que amanhece tolo aos quarenta e quatro ...