SONETOS.
Vai, flor gentil, vai prenda suspirada,
Doce mimo d''amor terno e fagueiro,
Vai, que elle mesmo grato e prazenteiro
Elle te hade levar á minha amada.

Cumpre a que ella te impoz, que é lei sagrada:
Se mudada te achar, sem côr, sem cheiro,
Se o viço, a gala do verdor primeiro
Era tuas pallidas folhas vir crestada,

Diz-lhe que mais que a ti, mais me queimára
O intenso ardor d''aquella saudade
Que a ambos n''este estado nos deixára.

Oh! se um benigno influxo de piedade
De seus formosos olhos te orvalhára...
Qual de nós ambos reviver não hade?

Porlo-1819.