SONETOS.
Um prodígio d''incantos, de belleza
Es, ó mãe dos terníssimos amores,
Que, em teus lábios, seus áureos passadores
Hervam, seguros de acertar a prêza.

Fulge em teus olhos divinaes accesa
A tocha dos desejos seductores;
Em ti de seus esmeros, seus primores,
O'' thesoiro esgotou a natureza.

Mas oh, por mais que arte divina estude,
Não te dá da innocencia a flor nevada
Que se não finge, nem fingida illude!

Esse dom virginal que tanto agrada
É só mimo da candida virtude,
''É dos olhos gentis da minha amada.''

Porto-1817.