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Prefácio da terceira edição More
O Crime do Padre Amaro recebeu no Brasil e em Portugal alguma atenção da Crítica,
quando foi publicado ulteriormente um romance intitulado — O Primo Basílio...
Capítulo I More
Foi no domingo de Páscoa que se soube em Leiria, que o pároco da Sé, José Miguéis, tinha morrido de
madrugada com uma apoplexia ...
Capítulo II More
Uma semana depois, soube-se que o novo pároco devia chegar pela diligência de Chão de Maçãs, que
traz o correio à tarde; e desde as seis horas o cónego Dias e o coadjutor passeavam ...
Capítulo III More
Amaro Vieira nascera em Lisboa em casa da senhora marquesa de Alegros. Seu pai era criado do
marquês; a mãe era criada de quarto; quase uma amiga da senhora marquesa ...
Capítulo IV More
Ao outro dia, na cidade, falava-se da chegada do pároco novo, e todos sabiam já que tinha trazido um
baú de lata, que era magro e alto, e que chamava Padre-Mestre ao cónego Dias. ...
Capítulo V More
Ela, em cima, não dormia também. Sobre a cómoda, dentro de uma bacia, a lamparina extinguia-se, com
um mau cheiro de morrão de azeite; brancuras de saias caídas no chão destacavam; e os olhos do gato ...
Capítulo VI More
Logo desde os primeiros dias, envolvido suavemente em comodidades, Amaro sentiu-se feliz. A S.
Joaneira, muito maternal, tomava um grande cuidado na sua roupa branca ...
Capítulo VII More
Dias depois o padre Amaro e o cónego Dias tinham ido jantar com o abade da Cortegassa. — Era um
velho jovial, muito caridoso, que vivia há trinta anos naquela freguesia e passava por ser o melhor...
Capítulo VIII More
O padre Amaro voltara para casa aterrado.
— E agora? e agora? dizia ele, encostado ao canto da janela, sentindo o coração encolhido ...
Capítulo IX More
A vida de Amaro tornou-se monótona. Março ia muito molhado, muito frio; e depois do serviço na Sé,
Amaro entrava em casa, tirava as botas enlameadas, ficava em chinelas a aborrecer-se ...
Capítulo X More
O redator da Voz do Distrito, o Agostinho Pinheiro, era ainda seu parente. Chamavam-lhe geralmente o
Raquítico, por ter uma forte corcunda no ombro, e uma figurinha enfezada de ético ...
Capítulo XI More
Daí a dias, os frequentadores da botica, na Praça, viram com espanto o padre Natário e o doutor
Godinho conversando em harmonia, à porta da loja de ferragens do Guedes...
Capítulo XII More
Ao outro dia cedo, a Sra. D. Josefa Dias que entrara, havia pouco, da missa, ficou muito surpreendida,
ouvindo a criada que lavava as escadas dizer de baixo...
Capítulo XIII More
João Eduardo, à noitinha, ia sair de casa para a Rua da Misericórdia, levando debaixo do braço um rolo
de amostras de papel de parede para Amélia escolher...
Capítulo XIV More
João Eduardo desceu a rua, embrulhando o cigarro. Sentia-se enervado, todo cansado da noite
desesperada que passara, daquela manhã cheia de passos inúteis das conversas do doutor Godinho...
Capítulo XV More
No domingo seguinte havia missa cantada na Sé, e a S. Joaneira e Amélia atravessaram a Praça para ir
buscar D. Maria da Assunção, que em dias de mercado e de "populacho" nunca saia só ...
Capítulo XVI More
Ao outro dia Amaro, vendo no relógio que tinha à cabeceira que ia chegando a hora da missa, saltou
alegremente da cama. E, enfiando o velho paletó que lhe servia de robe-de-chambre, pensava nessa outra ...
Capítulo XVII More
Foi aquele o período mais feliz da vida de Amaro.
"Ando na graça de Deus", pensava ele às vezes à noite, ao despir — se, quando por um hábito ...
Capítulo XVIII More
Uma circunstância inesperada veio estragar aquelas manhãs em casa do sineiro. Foi a extravagância da
Totó. Como disse o padre Amaro, "a rapariga saia-lhes um monstro"! ...
Capítulo XIX More
— O senhor cónego? Quero-lhe falar. Depressa!
A criada dos Dias indicou ao padre Amaro o escritório, e correu a cima contar a D. Josefa que o senhor ...
Capítulo XX More
Que lágrimas quando Amélia soube a notícia! A sua honra, a paz da sua vida, tantas felicidades
combinadas, tudo perdido e sumido nas brumas do mar, a caminho para o Brasil ...
Capítulo XXI More
O cónego Dias recomendara muito a Amaro que ao menos nas primeiras semanas, para evitar as
suspeitas da mana e da criada, não fosse à Ricoça. E a vida de Amaro tornou-se então mais triste, mais ...
Capítulo XXII More
O padre Amaro acabara de jantar, e fumava, com os olhos no teto, para não ver o carão chupado do
coadjutor que havia meia hora ali estava, imóvel e espectral, fazendo cada dez minutos uma pergunta ...
Capítulo XXIII More
Amaro nessa manhã mandou à pressa chamar a Dionísia, apenas recebeu o seu correio. Mas a matrona
que estava no mercado veio tarde, quando ele à volta da missa acabava de almoçar ...
Capítulo XXIV More
Ao outro dia desde as sete da manhã, o padre Amaro esperava a Dionísia em casa, postado à janela, com
os olhos cravados na esquina da rua, sem reparar na chuva miudinha que lhe fustigava a face ...
Capítulo XXV More
Nos fins de Maio de 1871 havia grande alvoroço na Casa Havanesa, ao Chiado, em Lisboa.
Pessoas esbaforidas chegavam, rompiam pelos grupos que atulhavam a porta, ...