Prólogo

1º AMIGO
(bebendo conhaque e soda, debaixo de árvores, num terraço, à beira-d’água) Camarada, por estes calores do Estio que embotam a ponta da sagacidade, repousemos do áspero estudo da
Realidade humana... Partamos para os campos do Sonho, vaguear por essas azuladas colinas românticas onde
se ergue a torre abandonada do Sobrenatural, e musgos frescos recobrem as ruínas do Idealismo... Façamos
fantasia!...
2º AMIGO
Mas sobriamente, camarada, parcamente!... E como nas sábias e amáveis alegorias da Renascença,
misturando-lhe sempre uma Moralidade discreta...
(COMÉDIA INÉDITA)