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CAPÍTULO I – O cego More

O dia 6 de Janeiro do anno da Redempção 1401 tinha amanhecido puro e sem nuvens: os campos,
cubertos aqui de relva, acolá de searas, que cresciam a olhos vistos com o calor benefico do sol,
verdejavam ao longe, ricos de futuro para o pegureiro e para o lavrador. Era um destes formosissimos ...
CAPÍTULO II – Mestre Ouguet More

Uma das innumeraveis questoes, que, em nosso entender, eternamente ficarao por decidir, e a que
versa sobre qual dos dous dictados—voz do povo e voz de Deus—ou—voz do povo e voz do diabo—
seja o que exprima a verdade. E indubitavel que o povo tem uma especie de presciencia innata, ...
CAPÍTULO III – O Auto More

Juncto a uma das columnas da igreja de Sancta Maria da Victoria estava levantado um estrado, sobre
o qual se via uma grande e macissa cadeira de espaldas, feita de castanho, e lavrada de curiosos
bestiaes e lavores: era este o logar onde elrei devia assistir ao auto da adoração dos reis ...
CAPÍTULO IV: Um Rei Cavalleiro More

Em uma quadra das que serviam de aposentos reaes no mosteiro da Batalha, a roda de um bufete de
carvalho de lavor antigo, cujos pes, torneados em linha espiral, eram travados por uma especie de
escabello, que pelos topos se embebia nelles, estavam assentadas varias personagens daquellas com ...
CAPÍTULO V: O Voto Fatal More

Rica de galas, a primavera tinha vestido os campos da Estremadura do vico de suas flores: a
madresilva, a rosa agreste, o rosmaninho, e toda a casta de boninas teciam um tapete odorifero e
immenso por charnecas, comoros, e sapaes, e pelo chao das matas e florestas, que agitavam as frontes ...